Chico Xavier

Fases Missionárias da Vida de Chico Xavier

1)    Revelação

Qual seria depois das mesas girantes que agitaram a Europa e as Américas, especificamente Paris na França levando Sr. Rivail, posteriormente Allan Kardec a descortinar o Mundo Espiritual, o fato mais impactante que denotasse a interferência clara do Mundo Espiritual no Mundo Físico?

Sem dúvida o lançamento do primeiro livro da lavra mediúnica de Chico Xavier, Parnaso de Além Túmulo, editado pela Federação Espírita do Brasil, ocorrida em 1932, quando Chico contava com 22 anos.
Residente na humilde Pedro Leopoldo-MG, tendo como base escolar o primário, os Poetas Redivivos retornam pelas mãos do humilde Chico, imprimindo suas características pessoais, seus gostos, temas, a mesma métrica na formação das Poesias. Mesma estética de forma inconfundível. Citaríamos Augusto dos Anjos, Amaral Ornellas, Antero de Quental, Casimiro Cunha, Casimiro de Abreu, Castro Alves, Cruz e Souza, Guerra Junqueiro, João de Deus, Olavo Bilac…

O livro Parnaso de Além Túmulo, chamou a atenção do público, de pessoas conceituadas como o Sr Humberto de Campos da Academia Brasileira de Letras.

Pedro Leopoldo tornou-se ponto turístico de reportagem.

Na época O GLOBO encaminhou um repórter para verificar o que estava ocorrendo na pacata cidade de Pedro Leopoldo. Esta documentação esta no livro Notáveis Reportagens de Chico Xavier, editado pela IDE de Araras, relatando o trabalho documental do repórter Clementino de Alencar.

Neste livro Clementino presenciou Chico Xavier psicografando em Inglês, mensagem ditada pelo Espírito de Emmanuel.
Livro de leitura essencial para os que militam a Doutrina Espírita. Manancial precioso da autenticidade da mediunidade de Chico Xavier e da existência do Mundo Espiritual.

Nesta fase da mediunidade de Chico Xavier, temos o plano elaborado pela Espiritualidade, sem dúvida sob a égide de Jesus. Emmanuel é convocado a esta tarefa árdua, mas necessária, para que o Espiritismo saísse dos vidros do laboratório, para florescer as bênçãos do Evangelho Redivivo.

Ainda assim, se faz necessário chamar a atenção visual do homem compelindo o ao raciocínio e a reflexão constatando a existência do Mundo Espiritual, a pátria verdadeira de onde viemos e para onde retornaremos.

Ainda nesta fase teremos o segundo livro Cartas de uma Morta, editado por Maria João de Deus, sua mãe, em 1935, prenuncio do  trabalho que seria posteriormente desenvolvido por André Luiz.

Com toda a sua doçura Chico prefacia dizendo: As páginas que vão ler são de autoria daquela que foi, na Terra, a minha mãe muito querida.

Ela irá contar não só para o Chico  mas para nós as ocorrências no Mundo Espiritual.

Em 1938, Humberto de Campos ele que outrora extasiará ao ler o Parnaso, traz ao público à visão Espiritual do Brasil lançando o livro Brasil, Coração do Mundo, Pátria do Evangelho.

Em seguida Emmanuel nos presenteará com a magnífica Obra A Caminho da Luz – 1939, revelando-nos a visão espiritual da evolução da Humanidade.

Contudo, o trabalho mais engenhoso, estupendo, elucidador nascerá em 1944, quando é lançado o livro Nosso Lar, editado pelo denominado repórter do além André Luiz, que fora médico no Rio de Janeiro, respeitado e conhecido.

A partir daí as revelações chegam em abundancia todas ditadas por André Luiz a saber:

Os Mensageiros – 1944, Missionário da Luz – 1945, Obreiros da Vida Eterna – 1946, No Mundo Maior – 1947, Libertação – 1949, Entre a terra e o céu – 1954, No domínios da mediunidade – 1955, Ação e Reação – 1957, Evoluções em Dois Mundos – 1959, Mecanismos da Mediunidade – 1960, Sexo e Destino – 1963, E a vida continua… – 1968.

Igualmente, é a época gloriosa dos Romances de Emmanuel. Há 2000 anos – 1940, 50 anos depois – 1940, Paulo e Estevão – 1942, Renuncia – 1943, Ave Cristo – 1953.

E concluímos nossos apontamentos com a substanciosa Obra Boa Nova, ditada por Humberto de Campos, com a visão espiritual dos momentos Divinos de nosso Mestre e Senhor Jesus entre nós.

Consoante sabemos as duas obras que Chico mais detinha apreço, carinho e que lhe marcaram na atividade mediúnica foi Paulo e Estevão e Boa Nova.

Precisamos salientar que podemos associar: revelar com o esclarecimento, porquanto não temos só revelações nesta fase, mas verdadeiros tesouros com teor moral e espiritualizante.

Chico mantem-se fiel a orientação de Emmanuel que o buscará no Açude, na monumental aparição convocando – o a tarefa com Jesus na famosa base: DISCIPLINA, DISCIPLINA, DISCIPLINA.

Por: Orlando Noronha Carneiro


2)    Esclarecimento

Apenas por uma divisão didática, paralelamene a Fase de Revelação, temos a Fase do Esclarecimento.
Encontraremos com mais ênfase os esclarecimentos de André Luiz nas suas magníficas obras denominado pela FEB como Série A Vida no Mundo Espiritual.

Iniciando com a obra best-seller Espírita NOSSO LAR, teremos noções da Estrutura Social-Espiritual de uma das infinitas Colônias Espirituais que pulula ao redor da ambiência humana, localizando-se exatamente nos “céus” do Rio de Janeiro.

Como nos diz com muita propriedade o orador e médium Carlos Baccelli de Uberaba, que conviveu intimamente com Chico Xavier, por mais de 25 anos junto com sua esposa Márcia Baccelli, Allan Kardec desvendou o edifício da vida espiritual e André Luiz colocou as mobílias no Mundo Espiritual.

A série nos descortinam realidades do Mundo Espiritual, a ponto do confrade Mario Frigéri lançar pela FEB a excelente obra As 7 Esferas Espirituais que nos dão noção das diversas dimensões que constituem o Mundo Espiritual, ou seja o Plano Espiritual não é uma reta sem fim, mas é como a visão de uma cebola descascada ao meio, onde as gomas representam as várias dimensões espirituais.

Por outro lado vamos verificar que em 1941, Emmanuel lança a Obra O CONSOLADOR que sem dúvida é a sequência de O Livro dos Espíritos. Emmanuel estrutura didaticamente a Obra no tríplice aspecto da Doutrina Espírita: Ciência, Filosofia e Religião, constituído de 410 perguntas formuladas a Emmanuel. Uma Obra atualíssima, de inegável valor moral. Assim compreendemos e nos rendemos a Sabedoria de Emmanuel como outrora mencionou o escritor Clóvis Tavares.

Retornando a André Luiz, no livro No Mundo Maior, editado em 1947, iremos verificar o capítulo 3  denominado A CASA MENTAL, preciosa abordagem da visão espiritual concernente aos mecanismos do pensamento e da estrutura de nossa Casa Mental.
Em Missionários da Luz, André Luiz desenvolverá no capítulo 2 o tema pertinente a Epífise, que hoje é exaustivamente pesquisado pelo Dr Sergio Felipe, como sendo a glândula da mediunidade, sensor do organismo humano capaz de registrar, capturar, sequestrar as ondas mentais provenientes da esfera espiritual sendo “materializada” pelas faculdades mediúnicas. Aí esta o que os benfeitores orientaram Allan Kardec em O Livro dos Médiuns, dizendo que a faculdade mediunidade erradica-se no organismo humano, conquanto, seja uma atribuição do espírito imortal.

Mais uma vez Emmanuel, vem presentear os homens com a série Fonte Viva conforme denominou a FEB. São os Livros: CAMINHO, VERDADE E VIDA – 1949, PÃO NOSSO – 1950, VINHA DE LUZ – 1952, FONTE VIVA – 1956. Estudo genuinamente evangélico. Livros de cabeceira, livros de reflexão diária.

Emmanuel desdobra o pensamento do Cristo, em sua essência. O que é admirável que de uma simples palavra ou a construção de pequena frase, o Benfeitor leciona fantasticamente convidando-nos a profundas reflexões em torno do pensamento do Mestre REGISTRADOS pelos quatro Evangelistas, como também de Atos dos Apóstolos e Apocalipse.

Como não abordar o livro Pensamento e Vida de Emmanuel lançado em 1958, cartilha que é utilizada no Mundo Espiritual consoante elucidações de Emmanuel. Temas como O ESPELHO DA VIDA, VONTADE, INSTRUÇÃO, EDUCAÇÃO, BERÇO, FAMILIA, ENFERMIDADE, AMOR… e assim se desdobra importantes capítulos.

E para concluir, André Luiz, se valendo dos médiuns Chico Xavier e Valdo Vieira, trazem ao prelo Evolução em Dois Mundos – 1959  e Mecanismos da Mediunidade – 1960. O Céptico poderia questionar em se tratando de Valdo que era médico, mas como questionar as abordagens inseridas nestas duas obras substanciosas de cunho extremamente cientifico, com especificações técnicas na área da eletrônica, química, física e biologia advindas das mãos divinas de Chico Xavier que tinha formação primária?

E para demonstrar ainda mais a ação da vida espiritual aos homens encarcerados na dúvida, enquanto um medianeiro escrevia em Pedro Leopoldo, o outro medianeiro escrevia em Uberaba. Reunidos os capítulos verifica-se a lógica sequencial de um capítulo para outro e fica sustentado a mesma forma gramatical, estrutura de pensamento do mesmo Espírito no caso André Luiz, por medianeiros diferentes.

E ainda hoje, fica-nos o convite para viajarmos neste acervo de pérolas espirituais, o que infelizmente verificamos poucos, mesmo os que já militam na Doutrina Espírita a tempos, a compulsarem vagarosamente estes tesouros para se instruírem em bases seguras vivendo plenamente o Evangelho de Jesus em cada minuto da presente encarnação.

Por: Orlando Noronha Carneiro


3) Consolo

“Assistimos, pessoalmente a muitas dessas psicografias que vieram até nós, de improviso, em reuniões públicas da Comunhão Espírita Cristã, em Uberaba, Minas Gerais.”

Estas são as palavras do Dr Elias Barbosa, prefácio do Livro Entre duas vidas, editado em 1974, dando inicio a divulgação das mensagens familiares, ou cartas-familiares pela mediunidade segura de Chico Xavier.

Posteriormente, Dr Elias elaboraria significantes livros, documentando esta fase extremamente consoladora. São colhidas as mensagens, selecionadas, realizada entrevistas com os familiares que receberam a mensagem autenticando o conteúdo e os detalhes da mensagem de total desconhecimento do medianeiro.

Estas mensagens ocorriam em reunião pública.

Depois, Chico transferiu-se para o Grupo Espírita da Prece em Uberaba-MG, dando continuidade a sua tarefa missionária na Assistência Social e no âmbito da mediunidade.

Contudo o livro que estabeleceu um impacto maior foi JOVENS NO ALÉM, editado igualmente em 1974, pela GEEM de São Bernardo do Campo.

Este livro foi um marco nesta fase.

Precisamos salientar que nesta época Chico Xavier era muito conhecido e respeitado, sendo mencionado constantemente nos meios de comunicação.

O famoso PINGA-FOGO nas duas edições já haviam ocorrido, divulgando a Doutrina Espírita, tornando a digna de respeito na comunidade, por trazer Jesus Redivivo aos nossos corações,

No livro JOVENS NO ALÉM, encontraremos, por exemplo a mensagem do jovem Augusto Cezar alentando seus familiares, com dados precisos, corretos. Este jovem depois viria trazer livros pessoais pela mediunidade de Chico Xavier, tornando patente a questão do evoluir no Mundo Espiritual, citamos o livro FALOU E DISSE editado pela GEEM em 1978, toda formatada em gíria, conforme a forma de ser do comunicante.

Um incêndio grave assola São Paulo, Edifício Joelma, onde centenas de jovens desencarnaram.

Em 1974, a GEEM lançaria o livro SOMOS SEIS, onde dois missivistas estavam no incêndio.

Um deles Volquimar Carvalho dos Santos, depoimento este que gerou um filme conhecido, retratando em detalhes os acontecimentos do ocorrido no incêndio. A dor dos familiares, a chegada até Chico Xavier e a mensagem confortadora.

No Grupo Espírita da Prece, temos instalado um Correio do Céu, onde pelas mãos de Chico Xavier, a imortalidade canta sua melodia alentadora. Familiares de todo o Brasil, inclusive do exterior recebem nas mãos as laudas que trazem seus filhos, pais, avós, esposos, esposas, tios, tias redivivos, com a sua individualidade intacta, consoante o que nos dissera os Benfeitores da Vida Maior em O Livro dos Espíritos.

Pessoalmente, mensalmente estava presente nestas reuniões. Cheguei a sair por voltas das 5 horas da manhã do Grupo Espírita da Prece. Como dizia o Chico, éramos os boateiros espíritas.

Chico iniciava o atendimento as 14 horas da sexta-feira, no GEP.

Após atender um por um, nas senhas que eram liberadas, recolhia-se em uma sala contigua ao salão principal, exercendo as atividades do receituário mediúnico, supervisionado pelo Dr Bezerra de Menezes.

Era comum exalar pelo GEP o odor de éter.

Findado o receituário, Chico retornava ao salão principal dando inicio as psicografias. Ininterruptamente,

Chico psicografava por 4 a 5 horas. Durante a psicografia expositores se alternavam trazendo o conforto do Evangelho a luz da Doutrina Espírita. Neste período era comum o odor de rosas, flores do campo.

Ao término da psicografia efetuava-se a leitura das mensagens; um verdadeiro festival da espiritualidade.

A primeira mensagem sempre era a de Emmanuel, às vezes de André Luiz.

No sábado à noite no GEP, a partir das 20 horas, Chico também efetuava a psicografia, e neste dia normalmente, alem das mensagens particulares vinham os poetas, Maria Dolores, João de Deus, Tobias Barreto, Auta de Souza e assim por diante.

Não há valor material que possa superar as linhas grafadas em laudas e mais laudas pelas mãos iluminadas de Chico. Mas tem um detalhe que poucos se atentam. No atendimento que Chico efetuava ao falar com os que procuravam de seus lábios partiam consolo e revelações que também vinham de sua faculdade mediúnica de psicofonia, mas de forma sutil no exercício da mediunidade consoladora educada pelos ensinos de Jesus, que ele vivia todos os instantes e vive até hoje no plano de luz em que logicamente esta, velando por todos nós, continuando a nos confortar incessantemente.

Por Orlando Noronha Carneiro