Dalva, querida esposa, aqui estou com o coração em lágrimas, não de sofrimento, mas expressando minha saudade que não é pouca.
Saudade por nosso Júnior e nossa Caroline.
Não me foi fácil a aceitação da doença diagnosticada após o desconforto de dores progressivas.
Você há de lembrar quando ouvimos a confirmação do câncer que já se fazia avançado e que seria muito difícil reverter a situação.
Dia a dia as coisas foram se complicando, e minha tristeza aumentando na mesma proporção, por saber no mais íntimo que não estaria mais com vocês, era uma questão de tempo.
Depois o internamento que veio sem qualquer questionamento.
Eu não sei o que seria de mim se não fosse sedado com doses, penso eu, sendo bem altas, para minimizar o impacto da dor tão intensa.
Desculpem, eu não tinha condições para lutar com o câncer devorador que ia me consumindo.
Por mais triste seria, eu pensava que o fechar os olhos seria uma pausa para as minhas dores.
Adiantando, acordei com o amparo de outros médicos que aos poucos me notificaram as condições novas que a vida me colocara frente a frente.
As dores persistiram ainda um pouco mais sem, porém, ser com a mesma intensidade, o que com tratamentos avançados a nova paz foi cedendo e assim me libertando do estado ruim que estava.
Eu chorei muito com a confirmação de que não estava mais com vocês no sentido físico, mas sentia a vocês nos meus pensamentos sobre o quadro de imagens de vocês que me chegavam a todo instante.
Fui acalmado pela mamãe Glória atenuando minha dor de saudade.
Agora estou melhor com recaídas mais longas, pois não nos é fácil aceitar a separação assim, ainda mais quando de repente uma doença se apresenta, e tão rápida como foi.
Mas não tenho só lamentos, mas tenho também a certeza da alegria que não fui apagado pela morte, mas que a vida segue e mais com vocês em meu coração.
Que o Júnior e a Caroline sigam fortes a seu lado, e que sejam satisfeitos sempre em seus objetivos.
Conto com suas lembranças em seus pensamentos sempre carinhosos e que me fazem bem.
O que posso dizer é que a vida segue, e até um dia quando a vida poderá nos colocar na estrada de um encontro esperado.
Enquanto isso Dalva, seja feliz, se estabeleça, mantendo calma nas soluções que você necessita e que estarei fazendo o máximo de mim para que você esteja bem.
O que me acalmou é de saber que a morte não cruzou os meus braços, e que nas possibilidades que me são dadas poderia dar-lhe o apoio que necessito.
Deixo meu coração sensibilizado ainda com as lágrimas de quem dia a dia vem buscando aceitar a ausência dos filhos que os amo intensamente.
O esposo e pai, Wilmar Fidelis.
WILMAR FIDELIS (28/07/2009, 54 anos)
Mensagem psicografada pelo médium Orlando Noronha Carneiro, dia 17 de abril de 2011, no Grupo Espírita de Caridade Meimei, em Curitiba.
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