Minha filha Silvana…
Filha, chego aqui com auxílio de seus avós Clovis e Altiva, pois sem eles seria muito difícil o contato.
Seus pensamentos me trouxeram até aqui e chego de minha parte sem qualquer mágoa no coração pelas questões que nós sabemos ter ocorrido em família.
Estou tentando controlar as lágrimas pela emoção que o encontro nos permite.
Me sinto como alguém que está querendo entender as coisas.
É como se eu chegasse a outro país e olhasse para os lados e tivesse que entender e adaptar ao seu clima. É mais ou menos assim que me sinto.
Sou assim uma criança que necessita compreender as coisas.
Eu lembro que a discussão começou, eu estava um tanto alterado das coisas, e depois começou o atrito e aí a situação apertou.
Não sei quem, mas senti alguém me tocar querendo apartar a discussão, e a força foi tanta que senti uma mão empurrando e caí sentindo uma batida forte na cabeça.
Dominou-me uma perturbação que não me permitia reagir e levantar, só sei que ouvia vozes ao meu lado mas não conseguia dizer que eu estava em mim mesmo.
Um grande torpor invadiu-me e nada mais vi.
Quando tive noção de mim estava em casa sem nada entender, apenas via que vocês não conseguiam me ver, aí vi que algo não estava de acordo.
É como se o tempo tivesse corrido e eu tivesse perdido o elo de alguma coisa.
Só depois para resumir é que recebi o atendimento do vovô Clóvis que se achegou ao meu lado trazendo a surpresa de que não estava mais com vocês.
Eu sei o desespero que você chega até aqui pela nossa situação do jeito como as coisas aconteceram, e peço para você o quanto possível ficar bem.
Está certo que você se oprime com suas ideias de uma separação, sem que tivéssemos em condição de harmonia.
Sou ajudado ao escrever a você. Não sei como tudo acontece, mas sou aquela criança aprendendo com as pessoas mais experientes daqui.
Peço a sua calma para que eu também tenha essa calma.
Não pense que eu não acolha os seus pensamentos, só peço que não seja com a tristeza que você tem e emite.
Eu peço a você, ao Rodrigo, à Simone, que me desculpem os problemas que tenha trazido.
Olho para mim e sinto que tanto tempo perdi, porque a surpresa de estar vivo é que nada se perde, não é maior daquela de que eu necessito rever o que tenha feito.
Não sei lhe explicar, mas fica bem forte essa necessidade de reparação.
Não irei agora com a cuca mais fresca debitar ao companheiro qualquer culpa do ocorrido.
Por aí nos encontros sociais quantas discussões e problemas, tanto quando espero que o companheiro que desejou apartar não se sinta com dificuldades pelo que ocorreu comigo.
Peço também a você que abrace o Bryan por mim, e que você saia com essa carta com o sentimento que reatamos nossa relação, infelizmente agora de uma outra forma, mas nunca tarde.
De coração mesmo espero que a Celma seja muito feliz e o que passou já passou.
Eu corri até aqui filha para dizer que tudo deve estar bem e que você deve respirar mais aliviada, porque se eu tivesse qualquer ressentimento eu não ousaria dizer-lhe algo.
O que quero lhe dizer é que esse pedido de consideração e aproximação não é um faz de conta, mas uma aproximação verdadeira e real, de um pai que conseguiu ver as pedras que criou para si com as próprias mãos.
Se é uma palavra que você deseja digo: – Estou bem melhor.
Acrescento: – Receba em seu coração meu abraço sem qualquer SE.
Vida nova para nós. Seja feliz! Tudo podia ser diferente para nós? Podia… Mas se não conseguimos, hoje podemos dizer que o tempo nos permite realmente fazer as coisas diferentes.
O seu pai, acima de tudo, Romildo.
ROMILDO PEREIRA DOS SANTOS (22/12/2010, 56 anos, queda)
Mensagem psicografada pelo médium Orlando Noronha Carneiro, dia 15 de maio de 2011,
no Grupo Espírita de Caridade Meimei, em Curitiba.
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