Pai Roberto, mãe Andressa…
Não vim aqui sozinha. Sou auxiliada por aquela que vir saber ser a minha vó Elizabeth. Sou aquela criança com o coração melhor, bem melhor. Vovó me ajuda a escrever e me é como se fosse uma caixa de som, que reflete o que penso.
Acordo aqui e achei que sonhava, mas eu escutava você mamãe chorando.
A vó me disse que eram vocês sentindo a minha falta.
Eu tive uma grande conversa com a vovó, e ela me explicou algumas coisas, o que me fez lembrar de vocês me ensinando e me explicando as coisas.
O coração de meus pais me fazia sentir a filha normal, sem qualquer outra modificação. A vovó me deu aulinhas aqui e explicou um pouquinho do porquê eu ter vivido com este jeito, que é o nome palavra difícil “síndrome de down”.
Pai, eu vim do teu lado no ônibus de Santa Catarina até aqui que me dizem ser Curitiba.
E a vovó me explicou o que aconteceria aqui. Encontrei um tio chamado “Abelha”, que sentou comigo e disse como iria acontecer.
Ele disse: Aninha, é como se você estivesse num teatro de bonecos, tá? Você irá pegar na mão de um boneco, e com a ajuda da vó vai falando tudo o que você pensa.
Olhei para ele e ele não aguentou, me apertou no peito dele e disse: que olho mais lindo e meigo. E aí caí na gargalhada quando a vó disse: este é o Abelha! Dei uma risada pai. Abelha não é assim, falei.
Aí explicaram que eram o apelido dele aqui…
Ô pai, eu quero lhe dizer para você e para a mamãe que vocês não atrasaram em um minuto para levar eu para o hospital. Eu estava me sentindo esquisita, mas não me importei.
Não fiquem se cobrando o que será que faltou para me levar antes para o médico. Aqueles vômitos depois lá, foi no hospital me ajudar na internação e tão rápido que o coração parou, a vó que contou isso.
Pai, sua abelhinha não foi embora da vida de vocês e de minha irmã Ana Luísa. Minha irmãzinha irá crescer e precisa de vocês.
Sabe, obrigada por me ajudarem. Força Papai e Mamãe.
Aqui irei treinar a escrever. Não se preocupem comigo. Eu estou sem mais nada.
Fica aí um desenhinho para colocar num quadro.
ANA FLAVIA MORAIS MORITZ DA NOVA (20/10/2017, 12 anos)
Mensagem psicografada na Associação Beneficente Espírita Caminheiros do Bem, em Curitiba, no dia 18 de fevereiro de 2018, pelo médium Orlando Noronha Carneiro.